A Comunidade do Bom Pastor fica localizada em pleno coração da Serra da estrela, na Diocese da Guarda e é uma Unidade Pastoral composta pelas Igrejas de Manteigas - Santa Maria e São Pedro, Sameiro, Vale de Amoreira e Valhelhas.
A nossa Igreja
Igreja de São Pedro de Manteigas
Desde a sua criação, esta igreja manteve a sua traça primitiva quase inalterada, pois ao contrário do que aconteceu com a igreja de Santa Maria, esta não foi demolida, mas apenas ajustada por remodelações. O último grande restauro teve início em 1910 por iniciativa do padre José Augusto Frade, que procedeu a arranjos no corpo da igreja.
Património Religioso
No primeiro quartel do século XIV, a vila de Manteigas tinha já população suficiente para se organizar administrativamente e judicialmente em duas freguesias, em torno de duas paróquias. Por conseguinte, a Igreja de São Pedro, segunda paróquia da vila, deverá ter sido criada na mesma altura da de Santa Maria, podendo eventualmente ser anterior. No século XV, as terras que partiam do “Largo do Chafariz” eram já conhecidas como “Terras de São Pedro”. Na Chancelaria de D. João I (1385-1410), aparece referência ao prior de São Pedro de Manteigas, no seguimento de certos sacerdotes que, partilhando do quotidiano das populações, surgem a legitimar os filhos que nasciam em situação irregular. Assim aconteceu com os filhos de Lourenço Domingues, prior da igreja de São Pedro à data, e de Margarida Peres, mulher solteira. O documento mais antigo do Arquivo Municipal de Manteigas, que faz referência à paróquia de São Pedro, data de 1 de Julho de 1499. Neste questionava-se o Padroado desta Igreja e de Santa Maria, pois exigia-se o pagamento de certas despesas aos moradores e estes alegavam que já eram Padroado Real. Na obra de Fortunato de Almeida, História da Igreja em Portugal, a Igreja de São Pedro também surge no seu “Catálogo de Todas as Igrejas, Comendas e Mosteiros que havia nos Reinos de Portugal e Algarves…”, onde os rendimentos auferiam 80 libras, o dobro de Santa Maria. Desta forma, observamos que não só as duas principais igrejas da vila já existiriam no primeiro quartel do século XIV, como também que a paróquia de São Pedro seria relativamente superior a Santa Maria. Em 1524, D. João III declara o carácter definitivo do Padroado Real destas duas igrejas. A Corografia Portuguesa do padre António Carvalho da Costa refere que, em 1708, a paróquia de São Pedro tinha 260 vizinhos (entre 1300 a 1500 habitantes), e que esta era ainda Padroado Real e era Comenda de Cristo. Ao longo do século XVIII, a importância de São Pedro é repartida com Santa Maria, sendo que entre elas se alternava a organização da Procissão Real do Corpus Christi. Ainda que eclesiasticamente, Santa Maria apresentasse uma ligeira supremacia, cabia ao pároco de São Pedro o privilégio de celebrar as festividades de Santa Isabel e Vésperas, na Igreja da Misericórdia. Nas Memórias Paroquiais de 1758, a igreja de São Pedro é descrita com “cinco altares, o maior é do Santíssimo, os colaterais, um é do senhor Jesus e outro da Senhora da Graça, os outros dois Almas e santo António”, e tinha “anexas sete capelas, todas fora da vila: S. Amaro, S. Domingos, S. Sebastião, S. André, S. António d’Alem Rio e S. António da Argenteira que dista da vila légua e meia, e a capela da Senhora dos Verdes”. O pároco-vigário, Manuel Barbas de Morais, pagava de renda, de Apresentação Real, “quarenta e dois mil réis, quatro digo oito almudes de vinho e oito alqueires de trigo”. Atestando a antiguidade do templo, é de salientar a planta cruciforme, característica das igrejas dos séculos XIV e XV, e ainda a imagem de São Pedro que se encontra no nicho superior da fachada principal, esculpido em pedra de Ançã, e que se crê ser um exemplar dos mesmos séculos, quando o uso da pedra de Ançã se tornou comum. Desde a sua criação, esta igreja manteve a sua traça primitiva quase inalterada, pois ao contrário do que aconteceu com a igreja de Santa Maria, esta não foi demolida, mas apenas ajustada por remodelações. O último grande restauro teve início em 1910 por iniciativa do padre José Augusto Frade, que procedeu a arranjos no corpo da igreja. Em 1942, o padre José Bailão Pinheiro decide dar continuidade aos trabalhos de restauro, iniciados pelo seu predecessor, até porque a igreja tinha sofrido graves danos nos ciclones que ocorreram no início da década de 40. A igreja estava de tal forma destruída que o Governo Civil da Guarda, em ofício de 15 de Janeiro de 1944, adverte para o risco de desabamento do telhado e informa que “é dever do Governo Civil não permitir que o citado templo continue, sob qualquer pretexto, aberto ao público”. Por conseguinte, procede-se a uma reparação do mesmo, mais cuidada, uma vez que a anterior intervenção se tinha revelado insuficiente, executando-se a “reconstrução e reparação completa, incluindo caibramento, guarda-pó e telha, tudo completamente novo.” Na mesma altura, procede-se também à reconstrução da fachada principal. Desta forma, a torre sineira que se encontrava ligeiramente recuada, com escadas e balcão de acesso, foi derrubada e construída a atual, dando um ar mais uniformizado à frontaria. A igreja é inaugurada em 1945.b b b O interior mostra uma igreja de nave única, a planta em cruz latina não é acentuada, pelo que o transepto (parte formada pelos braços da cruz) é pouco saliente. Exibe 7 altares: o principal ocupa quase toda a parede posterior da capela-mor, de dimensões muito inferiores em relação à nave; dois laterais, em cada lado do arco de divisão da capela-mor; dois altares barrocos que ocupam os braços do transepto, criando duas capelas laterais; e mais dois altares do lado direito: um ao centro, em frente ao púlpito do lado esquerdo, e o outro sob o coro alto. À exceção dos altares do transepto, claramente barrocos, todos os outros datam dos restauros da primeira metade do século XX.
Celebrações Religiosas
Conselho Pastoral
O Conselho Pastoral interparoquial da Comunidade do Bom Pastor é um órgão constituído por fiéis católicos, com a finalidade genérica de, sob a autoridade do Pároco, acompanhar as actividades pastorais da comunidade e propor resoluções de natureza prática promovendo a conformidade da vida e acção da comunidade com o Santo Evangelho. O Conselho Pastoral interparoquial é composto por representantes de áreas e serviços pastorais e civis da comunidade do bom pastor reunindo ordinariamente duas vezes por ano, e extraordinariamente sempre que o Pároco o considere conveniente.
Conselho Económico
O Conselho Económico Paroquial é um órgão de carácter consultivo constituído por fiéis católicos, com a finalidade genérica de ajudar o pároco na administração dos bens das paróquias de tal forma que se promova a conformidade da vida e acção das paróquias com o santo Evangelho. O Conselho será composto por um número de três membros propostos pelo pároco, a quem pertence: convocar e presidir às reuniões; determinar os assuntos a sujeitar à apreciação do Conselho; aprovar as resoluções tomadas pelo Conselho; decidir sobre a oportunidade e a forma de tornar público os assuntos tratados no Conselho.